Inovação e Sustentabilidade: Novos Modelos e
Proposições
Conceitos
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Citações Literais
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Introdução
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Introdução
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“[...] O movimento pelo desenvolvimento sustentável parece ser um dos movimentos sociais mais importantes deste início de século e milênio.
A rapidez com que esse movimento
foi aceito por amplos setores do empresariado, pelo menos no nível do
discurso, não tem precedentes na história recente das empresas.
Contrariamente ao ocorrido no
movimento da qualidade, a adesão das empresas ao desenvolvimento sustentável
vem inicialmente de fora para dentro, como um meio de se contrapor às
críticas e objeções ao papel das empresas feitas por incontáveis entidades
governamentais e da sociedade civil organizada, responsabilizando-as pelos
processos de degradação social e ambiental que atingiam todo o planeta.
Um aspecto central da adesão a um
movimento social é a necessidade de substituir os meios e as práticas antigas
por outras que traduzem os princípios, objetivos e diretrizes do novo
movimento. [...]”
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Desenvolvimento sustentável
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“[...] A expressão “desenvolvimento sustentável”, que
começou a se tornar popular a partir da Conferência das Nações Unidas para o
Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), realizada no Rio de Janeiro em
1992, tem na realidade uma longa trajetória. De acordo com Riechmann e Buey
(1994, p. 104), as sociedades industriais ensejavam, desde o seu início,
reações críticas pelas destruições que causavam, seja por autores
dissidentes, seja por movimentos sociais, que chegam até os nossos dias e
carregam consigo um rico passado de crítica civilizatória, embora tenham
permanecido marginais até poucas décadas atrás em relação às correntes
centradas no produtivismo. [...]”
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A Institucionalização do Desenvolvimento Sustentável
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“[...] Apesar de
tantas críticas às propostas concernentes ao desenvolvimento sustentável, o fato é que elas se tornaram as
bases de um dos mais importantes movimentos sociais da atualidade.
Como diz Nobre (2002), o conceito
de desenvolvimento sustentável “surgiu não só como uma noção fadada a
produzir consenso, mas também como enigma a ser criticados pela sua vaguidão,
imprecisão e caráter contraditó-rio” (p. 25).
Na sociedade atual, os valores
ligados ao desenvolvimento sustentável e ao respeito às políticas ambientais
têm sido institucionalizados em maior ou menor grau nos diversos países pela
mídia, pelos movimentos sociais e ambientalistas, e pelos governos. Como
resposta a essas pressões institucionais, surgem novos modelos
organizacionais, vistos como os mais adequados para o novo ciclo que se
inicia, como é o caso das organizações inovadoras sustentáveis. [...]”
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Inovação e Sustentabilidade
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“[...] A sustentabilidade do negócio pode ser entendida de
modo convencional, isto é, como capacidade de gerar recursos para remunerar
os fatores de produção, repor os ativos usados e investir para continuar
competindo.
De
acordo com os conceitos de sustentabilidade desse movimento, as inovações devem
gerar resultados econômicos, sociais e ambientais positivos, ao mesmo tempo,
o que não é fácil de fazer, dadas as incertezas que as inovações trazem,
principalmente quando são radicais ou com elevado grau de novidade em relação
ao estado da arte.
Inovação, segundo o Manual de Oslo,
é a implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou significativamente
melhorado, ou um processo, ou um novo método de marketing, ou um novo método
organizacional nas práticas de negócios, nas organizações do local de
trabalho ou nas relações externas (OECD, 1997, p. 55).
A “inovação sustentável” é introdução de produtos,
processos produtivos, métodos de gestão ou negócios, novos ou
significativamente melhorados paraa organização e que traz benefícios econômicos,
sociais e ambientais, comparados com alternativas pertinentes.
As
inovações sustentáveis consideram uma lista ampla de partes interessadas
secundárias, como a comunidade local e grupos ativistas de várias causas,
tais como ambientalistas, antiglobalização, direitos dos animais etc. A
dificuldade torna-se muito maior por se tratar de inovações realizadas de
forma contínua, pois é isso que caracteriza uma organização inovadora [...]”
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Considerações Finais
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O modelo de organização inovadora
sustentável é uma resposta às pressões institucionais por uma organização que
seja capaz de inovar com eficiência em termos econômicos, mas com
responsabilidade social e ambiental.
Ela reúne duas características
essenciais: é inovadora e orientada para a sustentabilidade.
Institucionaliza-se uma nova lógica de produção na qual a
sustentabilidade e a inovação caminham juntas.
Um aspecto em geral negligenciado nos modelos de
organização sustentável refere-se ao consumo. Como o sistema operacional
produtivo e as inovações de produto e de processo, ao atender as três
dimensões da sustentabilidade, devem gerar ganhos para o meio ambiente em
termos de redução no uso de recursos e de emissões de poluentes, o aumento da
produção pelo incitamento à demanda por novos produtos pode neutralizar ou
até superar esses ganhos. Levar em conta essa possibilidade dando-lhe um
tratamento adequado é um dos maiores desafios para o alinhamento das empresas
ao modelo de organização inovadora sustentável.
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Referências relevantes:
NOBRE, M. Desenvolvimento sustentável: origens e significado atual. In:
NOBRE, M; AMAZONAS, M. C. (Orgs) Desenvolvimento sustentável: a institucionalização de um conceito. Brasília: Ibama, 2002.
OECD. The Oslo Manual: The Measurement of Scientific and Technical
Activities. Paris: OECD; Eurostat, 1997.
RIECHMANN, J; BUEY, F. F. Redes que dan libertad: introducción a los
nuevos movimientos sociales. Barcelona: Paidós Ibérica, 1994.
Artigo disponível em: http://rae.fgv.br/sites/rae.fgv.br/files/artigos/10.1590_S0034-75902010000200002.pdf
Por: Natasha de Souza
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