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Blog criado por alunos do curso de administração da PUC Minas em Betim com o objetivo de expor os problemas, os desafios e projetos para a gestão sustentável nas empresas.

domingo, 10 de junho de 2012

Avanços e limites da sustentabilidade social


Avanços e limites da sustentabilidade social

Quando se fala de meio ambiente em termos gerais está-se considerando a natureza externa ao ser humano. Porém, toda a discussão sobre a crise ambiental moderna, e sobre uma alternativa ambientalmente mais saudável para o desenvolvimento humano, considera a sociedade humana como fazendo parte do meio ambiente. O próprio conceito de desenvolvimento sustentável nasceu incorporando à sustentabilidade ambiental uma sustentabilidade social e econômica.
A consciência da crise ambiental moderna se consolida, no final da década de 60 e começo da écada de 70, onde apontou-se para a necessidade de se rediscutir o desenvolvimento, devido aos danos que ele próprio estava gerando sobre a natureza externa.
Apesar de existirem dezenas ou talvez centenas de definições de desenvolvimento sustentável, quando essas definições são analisadas e explicadas, na maioria dos casos, os aspectos sociais e econômicos da sustentabilidade sempre complementam os da sustentabilidade ecológica.
A tridimensionalidade da sustentabilidade é atrativa e parece abranger os diferentes setores nos quais o desenvolvimento capitalista deve focar sua atenção.
Sustentabilidade ecológica diz respeito a um certo equilíbrio e manutenção de ecossistemas, à conservação de espécies e à manutenção de um estoque genético das espécies, que garanta a resiliência ante impactos externos.
O conceito de sustentabilidade econômica começa a complicar a análise da sustentabilidade. Porém, como o crescimento ilimitado é intrínseco à dinâmica capitalista, defender tal postulação seria o mesmo que negar o capitalismo sem ter o que colocar no lugar. Para as vertentes mais brandas da economia ecológica, e para os economistas ambientais, bastaria corrigir os processos produtivos para obter um desenvolvimento capitalista sustentável (PEARCE; TURNER, 1995). Basicamente, seria o caso de substituir crescentemente os recursos naturais não-renováveis por renováveis, e de diminuir também crescentemente a poluição.
Por sua vez, o conceito de sustentabilidade social é, talvez, o que tem gerado maiores polêmicas teóricas, e cujo conteúdo mais tem mudado durante os últimos trinta anos. Um estudioso da evolução do conceito de desenvolvimento sustentável coloca a diferença entre sustentabilidade social e sustentabilidade ecológica como o grande problema conceitual. “Differentiating between ecological and social sustainability could be a first step toward clarifying some of the discussion.” (LÉLÉ, 1991, p. 615).
Além das vozes de denúncia da sustentabilidade social como meio e não como fim, o que têm de comum essas formas de considerar a sustentabilidade, seja ecológica,social ou econômica, é sua perspectiva técnica. Isso é de extrema importância porque diz respeito ao fato de reduzir a polêmica sobre desenvolvimento sustentável às mudanças dentro do sistema capitalista.
Durante os últimos trinta anos, a questão da sustentabilidade social teve como eixo central a pobreza e o incremento populacional. Reduzir a pobreza e limitar o crescimento populacional eram os objetivos de qualquer programa de sustentabilidade social. Obviamente, questões como eqüidade, qualidade de vida, etc., estavam presentes, porém, aqueles eram os temas centrais em nível mundial. Como o incremento populacional está diretamente atrelado à pobreza, já que são os pobres que se reproduzem a taxas elevadas, a pobreza era sempre a questão hegemônica.
Tendo como ponto de partida essas reflexões críticas, a hipótese do duplo caminho coloca a necessidade de definição de políticas públicas dirigidas a combater a pobreza em diferentes frentes simultaneamente, como: políticas de emprego, moradia, educação, etc.
Apesar dos importantes avanços tanto no âmbito teórico quanto em sua implementação prática, o desenvolvimento sustentável continua basicamente atrelado a um desempenho técnico, dentro das regras do jogo do sistema de mercado capitalista, sem atingir nem questionar as relações de propriedade e apropriação capitalistas, que geram pobreza, diferenciação social e injustiça.

Escrito por: Phillipe Bruno Magalhães Barros
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
FOLADORI, G.  Avanços e Limites da Sustentabilidade Social, Revista Paranaense de Desnvolvimento, 2002    Acesso em: 09/06/2012
Disponível em:   http://www.ipardes.pr.gov.br/ojs/index.php/revistaparanaense/article/view/214

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